Na língua que se perde, perde-se identidade

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Ao folhear este pequeníssimo livro, que encontrei há dias numa feira, viajei ao passado, ao meu tempo de fruta e violinos. Tantos sorrisos e gargalhadas já me deu.
Há todo um mundo familiar que de novo surge através do simples amontoar de léxico:

APAIJAR, BISTA, INBEJIDADE, JINÊLO, HOMESSA!, MONELHO, MORRINHA, PASMÃO, TRILHAR (Magoar), DIANHOS, TRUNGALÃO, POR-I, ...

Isto é, de certa forma, uma linguagem privada,  identitária.

"Com o desenvolvimento e maior facilidade das intercomunicações, vêm estas forças centralizadoras aumentando enormemente o seu poder de uniformização, sobretudo desde que se generalizou a ràdiofonia, que leva a todos os recantos a influência do centro emissor. Ora, assim, é de prever que as peculiaridades locais e, com elas, as regionais se vão atenuando ràpidamente e tendam a desaparecer por completo. As que ainda resistem, por quanto tempo persistirão elas? Bom será que se registem sem demora, a fim de ficarem, ao menos, com preciosos elementos para a história da língua." 
F. J. Martins Sequeira (1957/58) Apontamentos acerca do falar do Baixo-Minho.  Lisboa: Edição da Revista de Portugal, p. 7.

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