Linguamática, 2º volume, 2ª edição

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1 comentários

  1. Uma grande desgraça, um maldito alucinógeno que invadiu os lares para destruí-los e apodrecê-los, moral e espiritualmente (sentido filosófico da palavra) foi a Televisão. Este poderia ser um extraordinário veículo de formação de valores éticos, cívicos e morais de suma importância, mas, devido ao fato dele ter nascido e adquirido a finalidade praticamente exclusiva para fortalecer a política neurótica da cultura do industrialismo; então, vamos testemunhando o fim dos sentimentos estéticos e sensíveis por parte do homem moderno, que não mais contempla nem se dá mais ao prazer de se sensibilizar diante da beleza das coisas e das nuanças do cotidiano, e, consequentemente, o nascimento de uma novo tipo humano condenado, cada vez mais, a distanciar-se do amor, da fraternidade e da solidariedade para assistir, dentro dele mesmo e sem a devida consciência crítica, o renascimento dos valores atávicos, primitivos ou monstruosos, tão muito bem previstos pelo filósofo grego Aristóteles, pelo judeu-alemão Karl Marx, pelo judeu-alemão Sigmund Freud, muitos teólogos modernos e intelectuais sérios, embora nenhum deles tivessem falado, por exemplo, que o nascimento de tais monstros ou os traços dessas monstruosidades primitivas teriam que chegar, também, no universo psíquico de muitos Estadistas, políticos, autoridades e outras personalidades que se acham e proclamam condutores da Humanidade. É o fim, ao que parece, da continuidade da beleza da vida, como reflexo decorrente da evolução de uma cultura humana e humanística, para dar lugar a psicopatia do industrialismo e a transformação paulatina da Humanidade em apenas miseráveis e tristes consumidores, sem mais direito algum de serem saudavelmente felizes, porque a indústria do consumo e o Coliseu romano moderno, que é a Televisão, se juntaram, sob o apoio irresponsável de políticas econômicas holocáusticas, por parte dos Estados modernos, para dizimarem a alegria natural da alma humana. Resultado: o homem vem se transformando em matéria brutal, férrea, sem mais janelas como antigamente.


    PORTAIS


    Ora, janelas não existem mais
    se, porventura, ainda as tem
    muito poucas são aqui e além
    todas estão sem mais ninguém

    Antes, abriam-se como postais
    páginas de livros encantados
    flores abertas ao sol matutino
    porque nelas, sim, tinha gente

    Os velhos abria-nas contentes
    apreciavam detalhes do tempo
    enquanto os jovens, ah, estes

    Olhavam o mundo com ternura
    Agora, isso está morrendo...
    A vida ganhou estranha morte.


    Guina

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