De Bob Geldof e Angola

10:55

Geldof só disse cara a cara o que se vai lendo por vários sítios angolanos de informação não oficial (deixo em seguida um exemplo disso). Mas, claro que a mesma informação proferida por um Sir numa festa do BES num Hotel de Lisboa tem outro impacto!
«O jornal indepente angolano Folha 8 comentava na pessoa Isabel dos Santos e sobre a sua pilhagem dos fundos publicos em complicidade do seu pai José Eduardo dos Santos.
Na referência li: Isabel dos Santos, filha do presidente vitalicio (tudo o indica) de vAngola, continua a somar pontos no mundo economico, "retirando" ao pai o odioso onus comum a todos os ditadores, nomeadamente africanos, de ter no estrangeiro os muitos milhões roubados aos milhões de angolanos que, 32 anos depois da independência e cinco apos os acordos de paz, continuam a nascer com fome, a (sobre) viver com fome e - para nãovariar - a morrer de barriga vazia.
Se se olhar para Isabel sem a preocupação de se saber a origem do dinheiro que faz dela, aos 34 anos, uma das mulher mais ricas do mundo, poderemos falar- fazendo fé, sobretudo, na opinão dos seus pares espalhados por todos os lados- de dinamismo, inteligência, professionalismo, espirito empreendedor etc.. tudo qualidades que quando aliadas a dinheiro facil fazem de qualquer um exemplo. Exemplo bom para os que, directa ou indirectamente, comem na mesma gamela. Péssimo exemplo para os que, embora filhos da mesma nação, vegetam nos corregos da lixeira para alimentar os filhos.
Para além dos négocios que se desconhecem o segredo é a alma de muitos deles Isabel tem peso no Grupo Espirito Santo, Portugal Telecom, Américo Amorim e Green Cyber.
E, como convém na linha sucessoria dos ditadores, com Isabel està o seu marido, Sindica Dokolo, que abre caminho a mais negocios na Republica Democràtica do Congo, pais de origem de Dokolo, ele proprio filho de um multimilionàrio cuja fortuna a exemplo de Angola resulta exploração do povo e de negocios feitos com a criminosa conivência dos paises ocidentais que, desde sempre, consideram que é mais fàcil negociar com ditaduras do que com regimes democràticos.
Alias, a prova de que as ditaduras são terrenos fértis para os grandes negocios pode ser aquilatada pelo facto de a filha de Eduardo dos Santos ter também proveitosos negocios em parceria com israelitas.
Entres outros, é disso exemplo o empreendimento agricola Terra Verde que, desde 2002, abastece não so a restauração de Luanda na qual Isabel também tem interesse, como também as empresas diamantiferas e petroliferas nas quais, mais uma vez, Isabel dos Santos tem responsabilidades. Acresce que a filha do presidente também participa na Sagripek, sociedade de agro-pecuària em que veja-se entram o Banco Africano de Investimentos (BAI) e os irmãos Faceira (parceiros da Escom e intimos de Eduardo dos Santos).
No caso da sociedade Terra Verde, Isabel conta com o preciso apoio do russo Gaydamak, um empresàrio impoluto que fez fortuna de diversas formas ilegais, entre as quais o tràfico de armas para Angola.
Terà este desiderato algo a ver com o facto de o MPLA, partido no poder desde a independência, em 1975, ser dirigido com pulso de ferro pelo seu pai?
Claro que Não. O MPLA, o Governo e o presidente da republica, ou seja, José Eduardo dos Santos, seriam incapazes de favorecer a filha do presidente, mesmo sabendo-se que todos os grandes e milionàrios negocios so são feitos se o dono do pais assim o entender.
Dizer-se que Isabel dos Santos està intimamente ligada ao negocio dos diamantes e do petroleo é, com certeza, uma mentira. Dizer-se, como o fez hà três anos a Partenariat Afrique Canada, que Isabel tinha conta direcya com a Tais que, por sua vez, era accionista da Ascorp, por sua vez, comprava diamantes de sangue, não passa- é bom de ver -de alfrabics que so visam manchar o bom nome da familia Eduardo dos Santos.
Falso serà com certeza o que a Antwerp Facet News Service, organização belga ligada aos diamantes, afirma. ao dizer que a Angola Diamond Corporation é "detida pelo empresàrio Noé Baltazar e por Isabel dos Santos", e que explora uma das maiores produções de diamantes no Camutué, inicialmente adjudicada à Sociedade Mineira do Lucapa, "joint venture" da estatal portuguesa SPE com a Endiama, é com certeza mais uma falsidade.
Além de Noé Baltazar, Isabel conta com a ajuda do multi-milionàrio russo/israelita Lev Leviev, socio da mina do Catoca, a maior dsete pais, e da ùnica unidade de lapidação de diamantes de Angola.
E claro que, do ponto de vista oficial, a jovem filha de Eduardo dos Santos, bem como o seu pai, nada têm que os ligue a negocios menos claros. Pura e simplesmente são quem mandam, sem que os seus nomes apareçam.
Para além disso, com os enormes paraisos fiscais do mundo ocidental, não é dificil pensar que a familia real de Angola domina muitas das empresas europeias, mas não so. Não hà continente onde, por via indirecta, a familia de Eduardo dos Santos não tenha interesses.»

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