Brasil

Pierre Aderne na Fnac de Braga

19:03

No próximo dia 30 de Julho o músico carioca Pierre Aderne estará na Fnac de Braga para apresentar o seu mais recente álbum "Alto Mar".

"Pierre Aderne, é um cantor, instrumentista e compositor. Combinando sensíveis arranjos de violão, a sua voz suave que emana letras criativas com um quê de poesia, ora na forma de rima, ora através de trocadilhos e metáforas, deram forma a este trabalho com 11 canções encantadoramente aprazíveis. O disco traz parcerias de Aderne com Domênico, Gabriel Moura, Seu Jorge, Luis Carlinhos, Manuel Bandeira, Alexia Bomtempo, Marcelo Santos e Dadi. Alto Mar é um cruzeiro que vai de Ipanema ao Tejo com a vela soprada por letras e melodias que dão a impressão de terem nascido em uma rede entre dois coqueiros."

Fonte: Fnac

América latina

Do Rio de Janeiro de Zé Carioca e de Erivan

11:52



Não, desta vez não vou lamentar os graves problemas sociais que existem no Brasil, não vou criticar as personagens estereotipadas das produções da Disney, não vou falar sobre o saudosismo dos anos em que via, despreocupadamente, o pato Donald, o Zé Carioca e afins e também não vou tentar justificar porque não o faço. O vídeo é, primeiramente, uma homenagem e é por essa intenção que deve ficar.
O Rio pode não ser a terra de "Nosso Senhor", mas é a terra do meu marido e uma das cidades mais bonitas que já visitei.

Filosofia

Da eloquência

16:10


"É evidente que os homens gostam muito de enganar e ser enganados, uma vez que a retórica, esse poderoso instrumento de erro e engano, tem os seus professores instruídos, é ensinada publicamente e tem gozado sempre de uma grande reputação. E não duvido que será julgado como grande ousadia para não dizer brutalidade, da minha parte, ter dito isto contra esta arte. A eloquência como o belo sexo, tem encantos muito poderosos para permitir que se fale contra ela. É em vão que se descobre o erro dessas artes enganosas pelas quais os homens têm prazer em ser enganados.”
(Locke, John (1999). Ensaio Sobre o Entendimento Humano. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, Vol. II, p. 693)

Direitos

"IN VARIETATE CONCORDIA" *

10:54

Imagem encontrada em http://www.dw3d.de

A Carta Europeia das Línguas Regionais ou Minoritárias, criada com o objectivo de preservar a herança cultural da Europa, foi adoptada a 25 de Junho de 1992 pelo Comité dos Ministros do Conselho da Europa. Ela ficou disponível para assinatura em Estrasburgo a 5 Novembro 1992 e entrou em vigor a 1 de Março de 1998. Até agora apenas ratificaram o documento 23 estados (Arménia, Áustria, Croácia, Chipre, República Checa, Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Hungria, Liechtenstein, Luxemburgo, Montenegro, Holanda, Noruega, Roménia, Sérvia, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Suécia, Suíça, Ucrânia e Reino Unido).
Não é difícil encontrar alguém que diga, perante o problema do desaparecimento de diversas línguas, que é inevitável, natural e, muitas vezes, desejável. Para quê preservar uma língua que apenas é falada por um ínfimo conjunto de falantes?
Bem, o texto que a UNESCO disponibiliza no seu sítio parece-me esclarecedor para responder a isto. Exponho-o de seguida:
"A diversidade linguística é uma das principais garantias da diversidade cultural. Assim como o multilinguismo, contribui para o desenvolvimento sustentável, reforça o diálogo, a coesão social e a paz.
As línguas são um componente fundamental da cultura, são ferramentas e meio de comunicação. Mas são igualmente um factor essencial para estabelecer a identidade de indivíduos e de grupos. Com a língua os povos constroem, compreendem e expressam as suas emoções, intenções, valores, noções e práticas.
Como ferramentas ao serviço de um grande número de práticas sociais, as línguas constituem um domínio altamente interdisciplinar e uma condição necessária para o respeito pelos direitos humanos fundamentais."
(tradução e sublinhado meus)

* Mote proclamado oficialmente a 4 de Maio de 2000 no Parlamento Europeu.

Direitos

Mais uma casa reconstruída

09:57



No dia 28 de Junho o projecto de reconstrução da casa Faria foi finalizado. Esta reconstrução foi feita pelas mãos de mais de uma centena de voluntários, numa iniciativa da Habitat for Humanity Portugal (Braga).
O vídeo que pretende ser uma homenagem a todos os voluntários que ajudaram naquele projecto foi agora tornado público.

Direitos

Manifesto pela língua comum em Espanha

22:49

Imagem: http://www.flickr.com/photos/micock/2636803360/ Via: http://babel20.blogspot.com/

Perante o 'Manifiesto por una lengua común', apresentado em Espanha com a subscrição de algumas personalidades do país, e onde pode ler-se:

1. La lengua castellana es COMUN Y OFICIAL a todo el territorio nacional, siendo la única cuya comprensión puede serle supuesta a cualquier efecto a todos los ciudadanos españoles.

2. Todos los ciudadanos que lo deseen tienen DERECHO A SER EDUCADOS en lengua castellana, sea cual fuere su lengua materna. Las lenguas cooficiales autonómicas deben figurar en los planes de estudio de sus respectivas comunidades en diversos grados de oferta, pero nunca como lengua vehicular exclusiva. En cualquier caso, siempre debe quedar garantizado a todos los alumnos el conocimiento final de la lengua común.

3. En las autonomías bilingües, cualquier ciudadano español tiene derecho a ser ATENDIDO INSTITUCIONALMENTE EN LAS DOS LENGUAS OFICIALES. Lo cual implica que en los centros oficiales habrá siempre personal capacitado para ello, no que todo funcionario deba tener tal capacitación. En locales y negocios públicos no oficiales, la relación con la clientela en una o ambas lenguas será discrecional.

4. LA ROTULACION DE LOS EDIFICIOS OFICIALES Y DE LAS VIAS PUBLICAS, las comunicaciones administrativas, la información a la ciudadanía, etc... en dichas comunidades (o en sus zonas calificadas de bilingües) es recomendable que sean bilingües pero en todo caso nunca podrán expresarse únicamente en la lengua autonómica.

5. LOS REPRESENTANTES POLITICOS, tanto de la administración central como de las autonómicas, utilizarán habitualmente en sus funciones institucionales de alcance estatal la lengua castellana lo mismo dentro de España que en el extranjero, salvo en determinadas ocasiones características. En los parlamentos autonómicos bilingües podrán emplear indistintamente, como es natural, cualquiera de las dos lenguas oficiales. (Fonte: www.elpais.com)

Antón Reixa Luces responde com o seguinte texto:

"1. A lingua galega é común e oficial no territorio de Galicia.

2. Todos os cidadánas que o desexen deben ser educados en galego. En calquera caso debe quedar garantido para todos os alumnos o coñecemento final da lingua galega.

3. En Galicia calquera cidadán ten dereito a ser atendido institucionalmente en galego. En locais e negocios públicos a relación en galego ou en castelán, ou en ambas as linguas será discrecional.

4. A rotulación dos edificios públicos e das vías públicas e mais as comunicacións administrativas é recomedable que sexa bilingüe pero, en todo caso, nunca poderán expresarse unicamente en castelán.

5. Os representantes políticos galegos utilizarán habitualmente o galego nas súas funcións institucionais, o mesmo en Galicia como fóra, agás en ocasións características".

E acrescenta:

"O medo á liberdade e ao avance da igualdade non é alleo incluso aos individuos aos que se lles supón unha contrastada intelixencia e preparación."


Portugal

Bilhete de acesso ... ao WC

19:41


Recibo do pagamento efectuado para usar a casa de banho da Universidade (pública) de Coimbra. É caso para perguntar Estamos assim tão mal de finanças?!

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Do local e do global

15:54

Imagem: emersonmarques.blogspot.com


No sítio http://thelinguistblogger.wordpress.com/, no post intitulado "One National Language", leio a seguinte conclusão:

"Vives numa sociedade multilingue? Talvez vivas e não saibas ou talvez tenhas sido criado numa redoma monolingue. Aprender uma nova língua tem a ver com fazer conexões, por isso, se estás a ponderar qual a nova língua que deves aprender, tenta aprender uma que seja falada na tua comunidade. É verdade que os imigrantes, e mesmo os expatriados, devem aprender a língua local, mas o que há de errado no facto de os locais aprenderem a língua dos seus vizinhos? As sociedades multilingues funcionais são aquelas onde não existem barreiras linguísticas no seio de diferentes línguas." [tradução minha]

Nada mais sensato, não fosse o facto de este post fazer referência (reverência) a um outro post intitulado "One common language for Spain", do blog Voices en Español, onde se pode ler o seguinte:

"Spain is home to as many as nine languages, three of which (català, euskera, galego) have co-official status with castellano, i.e. Spanish. As a result, these three languages have tremendous political and social clout inside the country.

It’s a messy and complicated issue but in recent years language has been used as a political weapon to elevate and separate different communities in Spain. For example, a Spaniard who aspires to be a public school teacher, a public health doctor, a cop or a city hall bureaucrat in Catalonia, is pretty much out of luck if he/she doesn’t speak fluent catalán. Meanwhile in several communities the primary language of instruction in the public schools is one of the co-official languages, not Spanish. With the way things are going, could there eventually emerge a massive population of Spaniards who will be functionally illiterate in Spanish since they won’t speak nor use Spanish as their main language? It is a frightening thought."

Há várias questões que aqui se podem levantar:

1) Quem decide que língua deve ser considerada oficial dentro de uma determinada região/comunidade/país? Quem tem ou deve ter autoridade para isso?;

2) A língua define os limites de um país ou nação? ou A língua é o bastante para definir um país/nação? ou ainda, A língua define uma identidade? Sou português se falo português, sou espanhol se falo espanhol?;

3) Existe o local no global ou, de outro modo, pode o local coexistir com o global?;

4) O facto de uma comunidade preferir uma língua implica cortar com os vestígios de outra?;

5) O facto de uma criança ser oficialmente instruída numa língua, torna-a iletrada noutra? ;

6) É demais insistir numa instrução em duas, três ou quatro línguas?;

7) A existência de várias línguas oficiais (ou co-oficiais) ameaça a unidade nacional? ;

8) Não serão mais interessantes as razões que estão na base da decisão, por parte de uma comunidade, de instruir as suas crianças numa língua totalmente estranha à oficial (*), do que as razões que estão na base dos partidários do lema "uma nação, uma língua", como parece ser o caso do autor do post referido acima?

(*) O post "One common language for Spain" faz referência a um spot lançado pelo PP espanhol onde é possível ouvir um diálogo, supostamente verídico, entre uma mãe e uma representante da Administração Pública catalã onde se depreende que na Catalunha não é possível estudar em espanhol numa escola pública.

Direitos

Açores, Madeira e Mirandeses são minorias

00:00


Ao passear pelo sítio Eurominority, o portal das nações sem estado e das minorias europeias, descobri que os Açores, a Madeira e os Mirandeses (assim mesmo) estão classificados aí como minorias europeias dentro de um estado. E descobri até os lemas de duas das minorias, assim descritas:


- Açores: "Antes morrer livres que em paz sujeitos";
- Madeira: "
Das ilhas, as mais belas e livres".

Interessante ler aí também o artigo "
Onze arguments contre les langues régionales : entre caricature et mensonges [26/06/2008] " onde se expõe e refuta onze argumentos contra as línguas regionais em França.

América latina

"Anjos do Sol"

09:10




"Anjos de Sol" é um filme de Rudi Lagemann que, baseado em vários artigos publicados na imprensa, pretende retratar a realidade da exploração sexual de crianças no Brasil, mas não só; ele passa para a tela vários dramas sociais: pobreza, descriminação de género e pedofilia. O filme é de 2006 e tem sido muito bem acolhido pela crítica. É um filme onde predomina a imagem em detrimento do discurso, mas nem por isso, ou talvez até por isso mesmo, é seco e intenso.
Para as críticas que acusam Lagemann de criar estereótipos e de se emiscuir à profundidade psicológica das personagens, basta dizer que o filme cumpre a intenção com que foi criado: a denúncia. O filme é muitas vezes apresentado como documentário e está a ser apresentado e debatido em muitas escolas públicas do Brasil.

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